Segundo alguns critérios, dois índices negativos de PIBs consecutivos configuram o que se denomina de recessão técnica. É o que ocorreu no Brasil, conforme os dados divulgados pelo IBGE dando conta da retração de 0,8% do PIB brasileiro no primeiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior.
Para um país que depois de muito tempo estava crescendo em torno de 5% a 6%, a notícia não é boa. Mas poderia ter sido pior. As previsões eram de que a queda seria maior. O consumo das famílias e os gastos públicos amorteceram a queda.
As exportações, a indústria e os investimentos foram os que mais recuaram. A previsão, agora, é a de que o Brasil inicie um lento processo de retomada do crescimento. Esse ano o PIB deve ficar entre 0% e 1%, mas a expectativa é de que em 2010 ele volte a crescer, algo entre 3,5% e 4%.
Todas essas considerações econõmicas tem suas repercussões políticas. Se Lula passou esse período de vacas magras e ainda viu sua popularidade crescer, é razoável supor que em 2010, se não ocorrer fenômenos imprevistos, ele terá uma influência decisiva na sucessão presidencial.
O crescimento de Dilma e o recuo de Serra, atestados por todas as pesquisas, já começam a causar frisson no ninho dos tucanos. Serra bebe água de canudinho, Aécio pesca em águas turvas, e o tucanato gira como biruta de aeroporto.
Tudo pode acontecer, inclusive nada, filosofava uma pichação que eu vi tempos atrás. Mas o que conta é o seguinte: com as boas possibilidades eleitorais, o ciclo progressita pode ser mantido e aprofundado. Uma repactuação política, colocando no centro o trabalho e a produção, e a constituição de uma ampla frente nucleada pela esquerda, com um projeto nacional de desenvolvimento claro, são as tarefas políticas centrais para o próximo período, para usar um jargão sindical.
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