Cerca de 1500 militantes do MST (Movimento dos Trabalhadore Rurais Sem Terra) realizam, de 20 a 24 de janeiro, o 13º Encontro da entidade e celebram os 25 anos de fundação do movimento. O Encontro se realiza na cidade de Sarandi, RS, e a CTB está representada pelo companheiro João Batista Lemos.
O MST surgiu em janeiro de 1984, com a realização de seu 1º Encontro na cidade de Cascavel, Paraná, com o objetivo de lutar pela reforma agrária no Brasil.
O Brasil é a terra dos latifúndios. Começou com as capitanias hereditárias, na fase inicial da colonização, prosseguiu com a Lei da Terra (1850), para garantir a propriedade fundiária mesmo com a Abolição que ocorreria em 1888.
Uma das razões do golpe militar de 1.964 foi a luta sob a consigna "reforma agrária na lei ou na marra", do período João Goulart. Na ditadura, para jogar cortina de fumaça, Castelo propôs o Estatuto da Terra, que não saiu do papel.
Com a redemocratização do país, o governo Sarney lançou o Plano Nacional da Reforma Agrária (PNRA), que sofreu forte oposição dos latifundiários e ensejou o surgimento da UDR - União Democrática Ruralista - com forte atuação na Assembléia Nacional Constituinte de 1987/1988.
O MST surge, como já se disse, em 1984, e hoje é uma entidade reconhecida internacionalmente pela sua luta em defesa da reforma agrária, da distribuição de renda e da democratização do país.
Em seu 5º e último Congresso, realizado em Brasília em 2007, o MST se coloca como uma organização que luta contra o neoliberalismo e o imperialismo, rejeita as privatizações, defende a desapropriação dos latifúndios, o fim das derrubas e queimadas, contra os agrotóxicos e a monocultura em larga escala de soja, cana-de-açúcar e eucalipto, contra o controle das sementes, da procução e do comércio agrícola brasileiro por multinacionais (Monsanto, Syngenta, Cargil, Bunge, ARM, Nestlé, Basf, Bayer, Aracruz, Stora Enso), etc.
O movimento também é contra a transposição do Rio São Francisco, defende limites para a propriedade rural, considera que os agrocombustíveis devem ficar sob controle dos camponeses e trabalhadores rurais, demanda a produção de alimentos sem agrotóxicos, universalização da educação e acesso democrático aos meios de comunicação.
OMST se diz decepcionado com a política de reforma agrária do governo Lula, que segundo eles se limitou - e pouco - à continuidade dos assentamentos e enfatiza que o avanço do capital na agricultura pelas multinacionais e a continuidade da monocultura são entraves essenciais para uma política agrária democrática e viável do ponto de vista econômico e social.
(Principal fonte: sítio do MST)
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